Quinta de São Francisco
Venha conhecer um arboreto de eucaliptos centenários e surpreenda-se com a biodiversidade existente.
Mais do que uma simples mudança de nome, Jaime de Magalhães Lima, com grande espírito de inovação, transforma profundamente a Quinta de S. Francisco num espaço único onde a natureza e a espiritualidade convivem harmoniosamente e onde os eucaliptos terão um papel central. Neste espaço constrói uma casa inspirada nos princípios franciscanos e uma capela dedicada ao santo padroeiro da Quinta, ambas consideradas imóveis de interesse municipal.
Entre 1902 e 1906, planta cerca de 80 espécies de eucaliptos, tornando a Quinta num dos maiores arboretos de eucaliptos fora da Austrália. Este intelectual vai ainda mais longe, ao realizar inúmeras experiências sobre a aptidão, aplicação e rentabilidade económica das diferentes espécies plantadas. Jaime de Magalhães Lima manteve a sua paixão pela natureza e pelos eucaliptos até ao final da sua vida, tendo falecido no seu refúgio natural, em 1936.
O seu legado natural foi preservado pela filha e pelos netos até 1982, altura em que a Empresa de Celulose e Papel de Portugal, S.A. - Portucel (atualmente denominada por The Navigator Company) adquire a propriedade, com o objetivo de proteger o valioso património e instalar um centro de investigação científica.
Entre 1984 e 1987 são plantados novos arboretos de eucaliptos e gimnospérmicas, sob a direção do Eng.º Dantas Barreto, que enriqueceram ainda mais a herança de Jaime Magalhães Lima. Em 1996 entrou em funcionamento o RAIZ - Instituto de Investigação da Floresta e Papel desenvolvendo trabalho científico tanto na área tecnológica, como florestal.
Recentemente a Quinta de S. Francisco sofreu amplas obras de beneficiação, instalação de novos arboretos, abertura de novos percursos e construção de várias estruturas, que visam a melhoria da sua divulgação ao público.
Na Quinta de São Francisco são sem dúvida os eucaliptos que dominam a paisagem e o seu perfume dá as boas-vindas a quem nos visita. O arboreto foi considerado pelo Eng.º Ernesto Goes, como “o mais espetacular e significativo” em Portugal.
Atualmente, este museu vivo conta com mais de 80 espécies e variedades de eucaliptos, muitos deles notáveis, quer pela sua raridade, quer pela dimensão alcançada no território nacional. Entre eles destacam-se exemplares de Eucalyptus obliqua, E. smithii, E. viminalis, E. globulus subsp. maidenii. No entanto, podem ser vistas aqui muitas outras espécies, algumas autóctones e outras exóticas, estas últimas vindas dos quatro cantos do mundo, desde a Austrália ao Canadá e do Japão à Argentina.
Apesar da pequena área de apenas 14 hectares, a Quinta de S. Francisco apresenta uma elevada variedade de habitats, quer pelo clima (perto da transição de clima temperado para clima mediterrânico), quer pela sua geografia local (entre duas encostas que são atravessadas por uma linha de água central).
Outros destaques da Quinta são:
Para além do público escolar, a Quinta de S. Francisco tem recebido ao longo do tempo inúmeros visitantes, particularmente, escuteiros, estudantes universitários, associações empresariais, instituições particulares de solidariedade social, centros de atividades de tempos livres, entre outros.
Acreditamos que receber e explicar o mundo das plantas aos nossos visitantes é a melhor forma de preservar os valores naturais herdados e honrar a memória de Jaime de Magalhães Lima.
Para além das visitas guiadas pelos percursos, a Quinta de São Francisco é ainda palco de diversas atividades, especialmente pensadas e desenvolvidas para o público mais jovem.
